terça-feira, 28 de setembro de 2010

O amor...

Ah, que sentimento tirano! Equivaler-se-ia aos ditadores, àqueles com o coração empedernido, com a alma ausente na execução de suas crueldades. E quando se ama, aprende-se que é necessário vigor para seguir em frente, não é missão para desistentes, não traz contentamento aos aflitos tampouco aos ansiados. Ele ensina a caminhar aos poucos, com passos limpos, diluindo a dor e a mágoa no abrigo que encontramos nos braços alheios. Lição que se estuda sozinha, é a arma que o divino encontra para então tocar neste coração humano, já que esta provavelmente foi a única estratégia encontrada pela santidade, o cérebro já se domina da farsa do científico.
Surgem os vencedores. Heróis, descansem em paz! Vossa alma já se cansa de pelejar na luta entre a vida e o amor. Sentimento que dilacera e prende simultaneamente uns aos outros, é traiçoeiro, pois derrota aqueles onde vive. E mesmo sendo abatidos, os oponentes ainda gozam de um prazer triunfante, de uma vitória imensurável. Não hesitam em reconhecer o desconcerto de suas vidas, não desejam que esta se acabe, o que querem é que se eternize. A confusão mais doce, mais sublime e mais tórrida de si e em si. Catástrofe para tantos, para quem assiste, ininteligível. Para quem sente, inexplicável.


Dito que fica então, um poema de Cecília Meirelles, este que traz o título da postagem.


O amor...
É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor
são os fortes.

Os que sabem o que querem
e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O chá.

Posto que ontem fora mãe e filha a um chá entre amigas. E entre amigas de verdade, uma vez que nos acompanhavam grandes mulheres, dosando a suavidade das flores com a resistência das fortalezas,  elas que fizeram de todo parte de um amadurecimento ainda desconhecido por mim.
Pois são pessoas assim que louvo e que trago, e em meus tempos de trevas são estas o meu foco de equilíbrio, afinal é convosco que estabeleço-o em mim.
E que dia fora! Aconchegante e gracioso, belo como a essência da natureza, de um frescor inigualável e proporcionalmente sedutor. Uma tarde perfeita de amor, de encanto. Feliz que fui por estar presente em corpo, mas principalmente em alma. Dia dos achados do espírito, das lágrimas de afeto, dos calafrios que fazem sentir a psique na sua mais íntima vaidade. Dia das glórias, dia de sermos, então, intérpretes de nossos sonhos e deslumbres. Dia de reconhecermo-nos como partes inseparáveis do que vivemos, e sabermos que nosso triunfos superam os casos e os acasos de nosso caminho, pois nosso triunfo somos nós mesmos.




Não nos fazemos sozinhos. Desde o princípio, aqui estamos todos dependentes das vontades do mundo.


domingo, 26 de setembro de 2010

Nota para a Amizade.

Um manto de alegria que encobre as carências da alma! Que presente são estes seres esplêndidos em minha vida. Quanta felicidade e quantos momentos ao vosso lado, meus amigos...
São tesouros divinos, são definitivamente as dádivas da minha vida. Ensinaram-me a perceber a irrelevância do envólucro do ser, mostraram-me como viver dias coloridos, nem sempre encontrando estas cores, às vezes até mesmo produzindo-as entre preto e branco.
Amor de todo o inteiro, como pode um só coração conter tanta veneração por esses heróís de minha existência? E é tanto sentimento, é tanta adoração que o mais já é o resto quando meu pensamento remete a vós.
Deus, guarda essas criaturas, protege-as dos males do mundo, mas permita-me intervir por elas quando puder, e que eu tenha sabedoria para auxiliá-los e gratidão para saber valorizar e retribuir este amor que acolho!
Meus queridos, e toda essa felicidade, e todo esse amor que construímos juntos, que seja recíproco, que nossos dias a cada tempo iluminados, que nossos corações cada vez mais confortados, afinal são todos vocês um em meu coração. Em mim, são todos parte do meu inteiro.


sábado, 25 de setembro de 2010

Intermináveis sete dias.

Semana das noites mal-dormidas, da tristeza estampada na face, do tédio explícito nos atos. Deus glorioso, porque me envias esta melancolia irremediável? É com a alma em prece e com o corpo esperançoso que eu recebo estas próximas tardes e noites, e desejo eu que a tempestade tenha sido vencida. Graças, mais esta vitória.
E que furto de alegria! Em quê baú de pensamentos está contida aquela minha felicidade? Retorna, e já! É agora o tempo de voltar, de me trazer de volta a brisa da vida. Pois tristezas existem, mas que falha nossa deixá-las penetrar! Justamente aí o meu erro, afinal foi pura a consternação que amaldiçoou meus passos nesses dias. O porém é que sei (e sei bem) que não há de ser a sina do século. As chuvas passaram, as precipitações estão sendo levadas, e por mais espremido que esteja meu coração ainda nesse instante, a soltura vem, e que seja eu mesma que a traga. Peço desde agora que me perdoem pelo esmorecimento destas últimas falas, mas lhes digo também que a pessoa que vos fala não é a mais saltitante do mundo, afinal não se pode ser o que ninguém é. Mas fica gravado em texto e em mente o meu juramento de conversas melhores. Que me venha a Poliana de meus dias radiantes.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ciúme


Não ponho ponto no título, pois não é algo que simplesmente se acabe. É a raiva que morde os calcanhares dos amigos, dos pais, dos apaixonados. A lança incendiária que atinge em cheio o orgulho do espectador, ou ouvinte. Sim, porque sei que ouvintes também encontram-se agoniados mesmo sem a fotografia.
Mordendo os próprios lábios, massacrando a própria alma por uma lembrança morta. Sofrer por quem já morreu nos corações alheios, porque? Se é por ti que este outro vive, se é por ti que ainda ama? Chorar na escuridão da noite, mergulhar em tua própria perdição, porque o fazes, menina? Sabes bem que o teu ser é a essência da luz, não guardes em teu seio o que já não nutre teu espírito.


E criando fantasmas que já se enterraram, surgem as sombras que queremos ver. Tua vida é santa! Não te crucifiques pelos teus rancores, transforma-lhos em alicerces do teu próprio bem. O teu fundo do poço tem molas, se estás lá, puramente por querê-lo. Levante-se, olhe pra cima, veja como o céu contempla a tua beleza! Hoje é dia dos enamorados, o universo lhe trouxe sua estrela mais rara, abrace-a e idolatre-a, e esse asco, tu abandonas, pois vossas almas estão conectadas pelo encanto de um lindo amor.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E então mais um.



Sim,  porque a postagem é agora, prefiro que entendam que minhas criações não são tudo de mim. Quem sabe partes fragmentadas do meu ser, e entendamos isso como um inteiro que se quebra, e mesmo multiplicados em mil ou milhões, ainda dependem do outro pedaço, do seu inteiro-mãe.
Pois hoje me descubro uma menina mais observadora que outrora. Cada vez mais admirando a habilidade humana e a forma ignorante como ainda acreditamos que nos diferimos das outras espécies animais. Como podemos ser assim tão diferentes se não nos comportamos como tais?
Nossas atitudes são as mesmas de ambos. De nada adianta sabermos da complexidade do cérebro se ele já se torna inútil em nossas práticas. Vamos então a encontrar a luz.

Capítulo[s] de um livro esquecido.

Capítulo ? - Miguel e Sarah

É impossível esconder alguma - e qualquer - coisa de Miguel. Ele ainda era meu alvo favorito em desafios, mas ele sempre me vencia - isso digo: nunca tente esconder coisa alguma do rastreador da menina dos olhos. Miguel provavelmente seria o primeiro a entender minha quietude, e quando percebesse logo saberia o porquê dela. Mas afinal, quem deixaria escapar? A traição de Estevão era nítida, não precisara, nunca mais mencioná-la, nem para mim mesma. E já nem queria. Mas a proteção do meu anjo Miguel deixava-me fascinada. Lembrara-me do tempo em que Miguel, Sarah e eu comíamos tanta pipoca que nossas roupas fugiam das panelas e do óleo de cozinha. Nessa hora, senti-me petrificada pelo sublime aroma da pré-adolescência.
Mas a mocidade nos atingiu em cheio, e vieram os bailes e os amores, e as noites de verão intermináveis, e as histórias dos desvios da puberdade. O sorriso de Sarah quando Miguel convidou-lhe para o baile da sexta-feira ficou estampado em sua face por longos cinco períodos de matemática. É claro que a Sra. Tânia havia notado a felicidade explicavelmente desapropriada - Sarah fez questão de deixar claro à professora seu extremo horror à trigonometria.
- Sarah, você me parece tão radiante. Está gostando da matéria?
Seus lábios se contorceram, formando uma careta, facilmente interpretada como dúvida. Sarah levantou os olhos das coxas - onde estava apoiado o convite para o baile - e encarou Sra. Tânia com curiosidade.
- Professora Tânia, não quero desapontá-la, mas já lhe disse o que penso de suas aulas, não?
Outono passado, Sarah invadiu a sala dos professores e resolveu alguns problemas escolares. Ainda assim, acredito que eles só aumentaram de lá pra cá.
- Sim, Sarah, já me disse. Ainda espero que essa situação mude. 
Sarah encarou-a com mais intensidade. Seus olhos, porém agora eram de uma ironia vista de longe.
- Se um dia isso acontecer, será a primeira a descobrir.
Sra. Tânia era uma mulher muito forte quando queria. Como professora ela nunca fez questão de ser. Sarah domou-a facilmente - e isso era péssimo em um colégio como o Alvar Tiotte. Quem sabe por isso o péssimo rendimento de Miguel no último semestre.


NOTA: Livros esquecidos não são livros abandonados. Os abandonados tiveram sua chance de existir, puderam um dia sentir o calor das mãos humanas admirando sua capa magestosa, suas frases poeiris, lembranças e delírios do seu autor gravadas em papel. Os esquecidos perderam-se até mesmo na mente confusa (ou seletiva) dos seus criadores. Estão presos ao papel amassado jogado na lixeira ao pé da escrivaninha. E ninguém ousa resgatá-los.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Se não fosse pelas boas almas...

... a vida não teria importância.



''I turn to you and I say,

Thank goodness for the good souls,
That make life better,
As I turn to you and I say,
If it wasn't for the good souls,
Life would not matter.''

Confirem a letra, vale muito a pena (:

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Couro respingado

Pela manhã a chuva morna e calma alastrando-se-ia a cada instante. Por saber de sua intolerância, pus-me aquele velho casaco de couro que guardo entre os desentendimentos das roupas vãs. E vou a encarar a expressão tediosa do dia. Mais um dia. Mais este, mais esta vida, mais estas pessoas e este mundo. A frieza do tempo que gruda nos cabelos e suja em água as roupas jeans, e o aspecto pegajoso da chuva que insiste em existir.
E nesse tempo, onde encontro o cobertor? Por que lugar passa o filme de romance da tarde chuvosa, e o sofá, onde está? E a mão quente da pessoa amada, e a tranquilidade dos dias úmidos? Não está perto, não por agora.
A diversão dos colégios, o ânimo da vida são alguns que escapam, ao menos em parte, desses dias nebulosos. E o sol da seca passa a ser mais uma adivinhação falha dessas cabeças terrestres. Mais uma vez desmentidos pela natureza.
Nos cabe, então transformar o dia doente em sadio com as poucas armas ainda presentes, com as poucas piadas que ainda tem graça, com as poucas cores que não se confundem com cinza nesses tempos demolidos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Esse meu coração...

arte de amor

Amor já não serve. É algo superiormente incrível e alucinante, que faz sentir a alma, amplia a paisagem de tal forma que os olhos físicos não conseguem entender-se. Meu coração não sabe mais o que é viver só. Pedir-me para descrever este anjo santo seria pedir a verdade das coisas do mundo. O que sei é que sinto. E já não quero saber daqueles que não sentem, daqueles que não são ele. 


Uma leitura.

E lembrando que estava eu a ler Dom Casmurro que me ocorre:



Então a vida não é nada mais que um mistério no qual o autor não está aqui para revelar a sua verdade? Não está aqui nem para provar a sua identidade. E aqui fica toda a humanidade sem a sua resposta, resposta a qual a iluminada ciência, com todos os seus artifícios ainda não foi capaz de encontrar. Por quê? E será que há resposta? Nossos próprios julgamentos são nossa própria réplica. Nossas dúvidas tem de ser respondidas por nossas pobres almas, estas que não se soube nem se sabe donde vieram e se realmente estão.

Ou então é tudo mais uma piada da natureza, mais um delírio do cosmos. E para nós, ou uma tragédia, ou um milagre. Para mim, um palco, onde coexiste comédia, romance, ação, mas o fim é sempre em estilo dramático.

sábado, 18 de setembro de 2010

O início.



Olá. Cá estou eu, nessa tarde amena e tediosa, e que me envelhece a cada instante. Serei aqui o melhor e o pior de mim. Serei a minha essência e a minha verdade. Não tenho idéia do que postarei, dos assuntos que abrangerei, simplesmente estou e ponto. O que irá acontecer? Bom, o tempo tem respostas melhores que as minhas, disso sei.