segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Resolvi relatar; fatos/constatações do dia - 3.





Pra quem devora o que é dos outros ou não sabe jogar:

Tática é diferente de obsessão.

E só quem pode nos devorar é a vida, e mais ninguém. Sem excessões.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Opinião de vitrine.

Três segundos. O quão eternos eles podem ser.
Porque magoam e surpreendem com tamanha intensidade que interiorizam. A emoção fica lá, fixa. Irremediável quando se trata de decepção.
Em tão pouco tempo cresceu em mim tanta revolta, que me desestabeleci. Desci por minhas próprias veias, o sangue quente pulsou, enfureci. Nunca, jamais acuse inocentes. Não encha a sua boca de palavras alheis. É feio, mas acima de tudo muito, muito perigoso.
Talvez simpatia não seja sinônimo de sensatez. Quem muito parece, pouco de fato é. Dei de cara com a ignorância dolorosamente. E houve uma breve luta, entre tentar disfarçar e tentar enxergar. Nitidamente, os ignorantes ganham  em sua trivialidade. Nitidamente, eu ganho em poder escrever. Só assim pra eternizar minha náusea e revelar minha cólera. Que pena que foi assim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Monólogos da madrugada - 1.

(Uma... série. Sim, uma série porque, convenhamos, as madrugadas rendem frutos bons o bastante para que mereçam continuação.
...E outro detalhe: são monólogos que nem sempre são racionais, nem sempre são verdadeiros, nem sempre são fantasiosos, e podem ser o que menos esperamos. Como tudo na vida, são muito suspeitos.)

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Fiquei olhando para suas fotos um bom tempo. Tentando caber em cada célula, cada centímetro seu. E cada linha ou expressão sua era uma brecha para eu me embebedar de você. Estava ali, esgotando minhas forças haurindo tudo o que eu podia do pouco que tinha de ti. Mas estava. E a sua imagem rodando no meio de qualquer pensamento meu, e durando segundos eternos, que de finitos só tinham a vontade de me distrair de você.

Vermelho.

Vermelho porque é vivo, porque esquenta.
Vermelho. Pra quem não acinzenta.
Pra me salvar dos acordes sem cor, vermelho vem e me socorre.
[Por favor!]
Porque dou uma dançadinha, um breve sobressalto, tu vens e me inunda,
cor de rubicunda, veneno em salto alto!
E teu dom de provocar só faz enfeitiçar
quem vacila em pé no asfalto.
E o peito que aqui pulsa
embora teu sabor mordaz,
mas melhor do que o de mulsa,
ainda se adoça dessa falta que me coça
que tua cor de amor me faz!

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Linha torta.

Sempre se ouvirão os murmúrios e comentários, os feedback que não valem mais. De fato, torna-se uma tortura essa loucura de vida adulta. Os olhos abrem, mesmo quando parecia impossível fazê-lo além do que se fazia, mas abrem. Abrem e doem.
Complicado porque eles mudam os rumos. O horizonte amplia, de forma distorcida, sim, mas amplia. E cresce, fortalece e esnoba. "Peguei você, quero ver sair dessa...". Mas que coisa. 
Os motivos mudam, os sentidos mudam, as carreiras, os sonhos pueris - estes acabam se passando por fantasias frívolas ou decorativos no mural das memórias - e todo o resto que foi fraco o bastante para deixar-se tornar translúcido, e de lúcido já não tem mais nada. Mora raro no esquecimento, jaz no fundo do peito, lento e lôbrego.
O nosso corpo que já não sabe mais ler a nós mesmos. Cai no impulso capitalista, nas garras dos paradigmas, ou na conformação dos padrões.
E nos jogamos numa roleta mnemônica, aprendemos o que temos que aprender, rigorosamente em pé, mas talvez nem tanto, porque lá dentro as coisas estão balançando. Vivendo tudo na linha torta. O rumo inicial nunca mais existe. Ele fica de marco para os próximos, talvez. Ou para nós próprios, que levamos os marcos para o pó quando o ar se dissipa.
Mas o andar bem é o que se anda agora. A fumaça não embaraça a trilha que se movimenta, e poeira já não me toca, porque ando veloz no meu caminho sem fim. Não concretiza o que eu fui, e o que que tem? Criou-se novo mundo sob meus pés, porque o peso de mim mesma sob meus ombros só me fez senti-la mais arraigada. A rota que a gente segue é sempre aquela que faz honrar nossa caminhada. Que seja doce a linha torta.

sábado, 13 de agosto de 2011

A rotina do "pouco".

Venho fielmente me desculpar. Estou com vergonha de mim mesma. Esqueço-me de minhas palavras e de meus personagens. Dói confessar, mas eles estão impacientes e com expressões desesperançosas. Os pés batendo inquietamente no chão, como se altercassem essa minha deslealdade. Perdão, leitores e personificações mentais! Fico vagando entre aforismos, que não me identificam em nada, porque nunca los pertenci. Mas ainda volto. Sai a paralisia, e volta a palavra em verso, em prosa, sem prazo, nem vice, nem versa. Estou minha demais, e por melhor que seja, não é tão bom quanto estar no meio do texto. No meio dos versos, sim, estou dentro de mim.