sexta-feira, 19 de abril de 2013

Sobre caminhos da vida e uma tarde de sol.


Muitas vezes se pensa no fim. A vulnerabilidade tem sido nossa babá desde a infância, e é ela mesma que nos acompanha até os últimos dias. Os finais são reescritos, os rumos mudam, as estradas entortam e desentortam-se todo dia, readequando o rumo a cada novo comando.
Mas quem disse que se desentortar não dói? A tristeza e a saudade são produtos que o coração não dá nota de garantia. Quando penso nos fins que não conheci porque minhas escolhas me levaram a outro, sinto saudade. Uma espécie de nostalgia, uma vontade de viver o que nem conheci. Só não me pergunte sobre os caminhos que conheci, abandonei ou simplesmente acabaram; não faça essas linhas chorarem.
E então surge uma tarde ensolarada, colorida, natural e estonteante de tão meiga. Um ano a mais de vida, um ano a mais de histórias, um dia a mais de compromissos, mas, neste caso, um dia a mais de amor. Nos projetos de montes, sentada na grama, dei-me conta do amor que me cerca e do repertório que venho compondo. Como por um insight percebi a leveza da felicidade e contemplei em silêncio a divindade do amor. Amor puro, eu estava com saudades de você.
Quando as memórias voltam, vez ou outra, pego-me sorrindo sozinha. Perscruto os detalhes de cada semblante, e cada um ocupa um espaço tão grande dentro de mim que não sei como meu coração faz para que caibam todos. Mas sei que cabem. E sei que os amo. Amo tão intensamente e tão delicadamente que me perco no êxtase de estar com eles. E é exatamente aí que entendo que eu estou exatamente onde eu deveria estar: no meio de amores verdadeiros e puros, que a cada dia preenchem mais uma folha no meu caderno de histórias.
E aí, em algum dia de céu escuro, trovões e chuva forte, nossos rumos vão mudar e nossos caminhos vão se entortar para pólos opostos. Mas ainda bem que a gente sabe que um dia vai poder matar essa sede de carinho. Que vocês possam ler nossos dias mágicos para os meus e os seus filhos. Os ladrões que me perdoem, mas já somos só nossos. Não se rouba amor de quem só sabe ser isso.

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