Muitas vezes se pensa no fim. A
vulnerabilidade tem sido nossa babá desde a infância, e é ela mesma que nos
acompanha até os últimos dias. Os finais são reescritos, os rumos mudam, as estradas
entortam e desentortam-se todo dia, readequando o rumo a cada novo comando.
Mas quem disse que se desentortar
não dói? A tristeza e a saudade são produtos que o coração não dá nota de
garantia. Quando penso nos fins que não conheci porque minhas escolhas me levaram
a outro, sinto saudade. Uma espécie de nostalgia, uma vontade de viver o que
nem conheci. Só não me pergunte sobre os caminhos que conheci, abandonei ou
simplesmente acabaram; não faça essas linhas chorarem.
E então surge uma tarde
ensolarada, colorida, natural e estonteante de tão meiga. Um ano a mais de
vida, um ano a mais de histórias, um dia a mais de compromissos, mas, neste
caso, um dia a mais de amor. Nos projetos de montes, sentada na grama, dei-me
conta do amor que me cerca e do repertório que venho compondo. Como por um
insight percebi a leveza da felicidade e contemplei em silêncio a divindade do
amor. Amor puro, eu estava com saudades de você.

E aí, em algum dia de céu escuro,
trovões e chuva forte, nossos rumos vão mudar e nossos caminhos vão se entortar
para pólos opostos. Mas ainda bem que a gente sabe que um dia vai poder matar
essa sede de carinho. Que vocês possam ler nossos dias mágicos para os meus e
os seus filhos. Os ladrões que me perdoem, mas já somos só nossos. Não se rouba
amor de quem só sabe ser isso.
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