quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Das arquiteturas que nunca mudam.

Pois sim, paro e vejo. Olho novamente. Está tudo lá. Ainda está tudo lá. Tudo no lugar. Não mexeram nos azulejos, não mudaram nada. Quem sabe uma camada a mais de tinta nas paredes, uma árvore podada. Nada que mude sua essência. Que mania essa de manter intacto o que está nitidamente mudado... Ou só para mim. Ou só para todos os que não lembram mais dos detalhes que tanto os encantou naquela arquitetura. E os meus olhos de outrora, fixam-se onde nesta hora? Pois sinto que por aqui estão congelados, mas já não os posso tocar.
As mudanças. As explosões que acontecem dentro da gente, e apenas na gente. Porque nós mesmos somos a destruição por inteiro. Se não sentirmos o vazio, o abismo em nossos pés, não existe desastre. As coisas que queríamos que fossem outras coisas descontentam por que assim querermos. Os concretos continuam tão concretos e brutos quando antes, mas estes meus vislumbres, eles mudam toda a paisagem enfumaçada. A nostalgia, a saudade de tudo o que fora um grande abraço arquitetônico, e a chegada, a visita. A decepção. Sim, a decepção, que a magia está só nos sonhos. Nem os sentimos direito quando estão enlaçados em nossos dedos. Meus cinco sentidos, despertos e vivos, procuram em que ponto se esconde o encanto de minhas ansiedades. Mas o lugar é o mesmo, o chão é exatamente aquele que sempre me puxa para a realidade. E mais uns dias, mais apenas alguns segundos, e a comodidade. O glamour some, a visita é apenas mais uma presença. O cimento intacto, o mundo estacionado, e as minhas idéias que não cansam de girar, e já nem sabem onde parar.

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