terça-feira, 5 de outubro de 2010

Chapeleiro Maluco.

Ah, o Chapeleiro Maluco! Pelo que sei, pelo que vejo a insanidade se torna tão necessária e rotineira que quando é explicitada causa espanto. Surpresa por quê, se é esta que doma as mentes mais sãs do mundo? Se é esta que traz a vitalidade aos dias e às noites, é ela que nos proporciona nossos momentos mais íntimos, mais alucinantes e novelísticos, porque temer? Particularmente vejo como o melhor sentimento que poderíamos ter, como a melhor parte da vida. Através desta maluquice encontramos as respostas da vida, do mundo e do tempo. Por ela que somos o que somos. E é ela que ainda nos mantém vivos.
O medo de morrer, a psicose pela vida, a conduta neurótica e dissimulada que permite todas as condições necessárias ao viver. Até mesmo ao morrer.  Ainda matando, vejo tanto como um bem!
Não machuca (nem tanto) como o amor, não nos doma como o ódio. Mantém-se entre a felicidade e a doença, e somos nós, somente nós que decidimos para que lado pendê-la, se assim quisermos.
Enfrentar a vida como um palco, ser o artista do próprio espetáculo e não esperar pelo óbvio e sim pelo possível, missão de todos mas realizada por poucos.
É alimento da alma, é canto, é dança, é riso, é vida! Loucura saudável, nos tira os pés do chão e faz-nos flutuar na realidade. Enquanto o pessimismo toma o coração dos ansiosos e dos violentos, este desatino nos pulsa no mundo e cura as feridas da gente, às vezes com outras feridas, mas quem não vive sem? É a vontade de estancar o sangue da dor que impulsiona a nossa mente e os nossos pés.
Ah, queria eu poder saborear da loucura do Chapeleiro! Inteligência e perspicácia já se tornam fundamentais para um louco verdadeiro.

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