segunda-feira, 21 de julho de 2014

Covarde coração.

Eu sempre me julguei muito corajosa. Sempre busquei ser o tipo de pessoa que não precisa falar escondido ou pelas costas. Que cutuca o ombro do inimigo e fala as verdades na cara. Que toma fôlego pra chegar no cara que tá afim. Meus pensamentos se resumem em tentar ser honesta comigo mesma. E então eu percebi que meu coração não me faz corajosa quando estou apaixonada. Ele ata minhas mãos e sussurra que “Pelo amor tudo vale a pena.”. Não é bem assim.
Não vale a pena tentar sozinha, não vale a pena espalhar gentileza se não há retribuição. A prioridade não é o outro, sou eu. Mas esse outro maldito é tão fofo e eu gosto tanto... Pois é. Mas gosto muito menos de nunca sentir o mágico “Sou especial”, de ser o eterno segundo plano e perder pra qualquer coisa que aparentemente dê um tipo de retorno para outrem. Temos sim que ser humildes no amor, mas não precisamos ser humilhados. Não precisamos ser a única parte romântica, a única parte carinhosa, a única parte que se arrepende e pede desculpas.
This is where I come to cry 😭Entendam que não penso que deva ser uma questão de “dar para receber”. Mas qual amor que sobrevive sem ser valorizado? Existe muito amor na insistência, mas paciência tem limite, e amor próprio deveria ter também. Assim como não acredito que um deva ser o contrário do outro. Sempre esperamos encontrar afinidades em alguém. Em relacionamentos amorosos, afinidade não é só gostar das mesmas músicas e torcer pro mesmo time. Afinidade não é só ser ouvido, é saber ouvir e principalmente se mostrar interessado. É ser generoso. É ser observador e fazer alguma coisa com tanta observação! É agradar, é surpreender, é medir as palavras. É reconhecer que errou primeiro, ou que errou segundo, sei lá! Simplesmente entender que errar pode não ser uma fraqueza, mas uma lição. É entender que caminhar junto é bom e que amar não enfraquece ninguém em nada. Amar não é abandonar faculdade, emprego, família, amigos, casa, carro ou mais mil coisas. Amar é ter e fazer todas essas coisas e poder conversar com alguém sobre elas no fim do dia. Quando a gente se apaixona, esquece que existe um mundo lá fora. Tudo vira confete porque minutos antes estávamos trocando mimos com o amado ou a amada. Mas existem pessoas que quando se apaixonam, ficam com medo. Amam menos porque receiam “esquecer-se do resto”. Usam tanto o conta-gotas com o coração, que esquecem as lágrimas que estão provocando nos corações alheios. Mas aí o conta-gotas muda de mão e o amor vai morrendo desidratado. É preciso coragem pra buscar água em outro poço. Coragem.

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