terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Delírios no pátio de casa.

Vi pessoas sendo resgatadas. Vi bebês sendo atacados por monstros. Vi uma arca. Todos os personagens feitos de nuvens, todos de algodão, pareciam tão reais que quase contracenaram comigo e com os pássaros que voavam por ali. Havia escuridão. Sim, até nos céus há a escuridão: a escuridão que anuncia as tempestades, a escuridão da noite...
Quase chorei. Emocionei-me ao ver os pássaros. Estava sozinha, ouvindo "Canção pra você viver mais", fiquei imóvel frente aos desenhos que as nuvens traçavam no céu. Olhava, sentia e sorria. E percebi as lágrimas vindo incontidamente, e vi as aves livres, e meu coração transbordou. Gostei de ver as fotografias no céu, mas era o aviso que as chuvas mandavam, e logo as imagens se desfaziam. E não é assim? Nossa vida de açúcar se faz e se desmancha todo tempo. Resta-nos pôr o castelo nas alturas cada vez que desmoronam.
Mas hoje, as imagens estampadas no azul infinito foram a minha vitamina, mesmo que já no fim da tarde. O vento que soprava me fez leve, quase breve, mas não fora lacônico o suficiente para que eu não sentisse minhas veias extasiadas de emoção e de admiração. Quanto tempo demora o espetáculo? Para cada um dura o tempo que for necessário para que se o saiba apreciar verdadeiramente. Quero eu apreciar cada detalhe e cada grão de bem e de mal! Quero eu nunca mais sair desse palco, por mais amplo que me esteja prometido o céu; por mais infinito que pareça o que eu não conheço.

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