O relógio condena e mata a cada segundo. Talvez eu já tenha dito isso uma vez. Uma vez... "Era uma vez...". Assim começa a felicidade. Será? (In)Felicidade. Dentro da euforia, dentro do amargo adoçado com entorpecentes lícitos. Tic, tac, tic, tac...
Essa espera condenada, essa prisão perpétua. Uma graça. um mimo da vida. Vamos voltar os relógios! Vamos maquiar as rugas! Correr, jogar bola de gude. Não. Não vamos.
Como sempre, a demora é pesada quando se está parado. Mas quando corremos, quem corre mais? O tempo sempre foi o melhor maratonista. Mesmo quando tudo parece um eterno pesar e nossa realidade almejada não passa de fumaça, o Cronos consegue ultrapassar o que nem esperávamos estar andando. Nós mesmos, mastigados pelo relógios. Triturados que somos! Não voltamos pra abrir os olhos. Não há tempo para conversas, devaneios, ficções. O cenário é corrosivo demais para querermos apreciá-lo. Onde estão as quimeras? Trucidadas.
O mesmo que abre as cortinas para as trevas é quem põe o salto no pé da menina que dança. A inocência pulverizada é o motivo que amadurece a astúcia. Saber lidar com esse mostro-mago é a lição que levamos todo dia para casa, incompleta. Porque nada mais completo do que a vontade no peito de decifrar esse tique-taque incessante. Que seja incompleto nosso desassossego até o relógio parar.
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