Fazia tempo que eu não escrevia algo. Acho que fazia tempo que eu não me sentia embaralhada como me sinto agora.
Ainda tô me acostumando com a ideia de que confusão dentro da gente sempre vai existir. É como se tivéssemos uma gaiola fixa nas nossas profundezas pessoais só pra aprisionar essa bagunça que não sabe se resolver e nem a gente sabe o que fazer com ela. Não existe a opção "deletar", e se você for parar pra pensar bem, não deletou nada de você. A gente consegue afastar o que ou quem nos faz mal, mas apagar não. Porque apagar os outros é se apagar também.
Talvez então façamos todos parte da mesma confusão. O mesmo caos, os mesmos porquês, os mesmos fundos falsos que vamos descobrindo juntos. Todos somos um eterno fundo falso, cheio de subjetividades e camadas a serem descobertas uma a uma. E assim como a teia, somos o fundo falso por inteiro e principalmente cada uma de suas partes. Somos nós todos o mesmo. Somos um grande, engenhoso e misterioso fundo falso.